Em alguma outra vida,
devemos ter feito algo de muito grave,
Para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé , doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
Dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de uma cachoeira da infância,
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais,
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu,
Saudade de uma cidade,
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem estas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar no quarto e ela na sala,
sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela pra
faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela sem vê-lo,
mas sabiam-se amanhã.
Saudade é basicamente não saber.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é isso que eu estive sentido enquanto escrevia
E o que você provavelmente estará sentindo depois que acabar de ler.
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2 comentários:
Q LINDO O TEXTO! UM DOS MAIS BONITOS Q JA LI! SAUDADES SAUDADES SAUDADES 88888
P/ SEMPRE
"Eh saudade q bate no meu coracao!"
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